segunda-feira, 18 de outubro de 2010

De Bangladesh para a Terceira


Saleh Ahmed, tem 10 anos e nasceu no Bangladesh. Frequenta o nosso atelier há pouco tempo mas já fez, com facilidade, alguns amigos. À conversa com a Bruna Garcia , explicou-nos como foi a sua vinda para os Açores.
Bruna Garcia – Há quanto tempo chegaste à Terceira?
Saleh Ahmed - Cheguei há sensivelmente dois anos e meio.
B.G - Qual foi a razão da tua vinda?
S.A - O meu pai veio trabalhar para cá. Mais tarde também eu e a minha mãe viemos ter com ele.
B.G - E não tens irmãos?
S.A - Tenho duas irmãs. Uma com quase dois anos e uma com quatro meses, já nascidas aqui na ilha.
B.G - O que achaste mais difícil para a tua adaptação?
S.A - O que achei mais difícil foi a língua. Quando cheguei não percebia nada de português. Um dia houve uma inundação na minha casa e eu não sabia explicar às pessoas o que tinha acontecido! O horário escolar também é bastante diferente. Lá entro ao meio-dia e saio às três da tarde. Aqui é todo o dia.
B.G - Falas muito bem português. Como conseguiste em tão pouco tempo?
S.A - Aprendi tudo na escola. Quando cheguei não sabia dizer nada em português, mas com a ajuda da minha professora aprendi logo. Também sentia muita necessidade, uma vez que todos à minha volta só falavam português.
B.G - Que língua falas em casa?
S.A - Falamos todos Bangali. Só eu e o meu pai sabemos falar português.
B.G - Em que ano estás?
S.A - Estou no 4º ano.
B.G - O que queres ser quando fores grande?
S.A - Ainda não sei, mas uma das hipóteses seria artista/pintor. Gosto muito de desenhar.
B.G - Que conselho dás aos meninos que cheguem cá, vindos do estrangeiro?
S.A - Que façam desde logo um esforço muito grande para aprenderem a língua. Que aprendam na escola, estudem em casa. É muito importante para se adaptarem.
Reportagem Bruna Garcia, 8 anos

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